Agindo Deus quem Impedirá...
terça-feira, 24 de julho de 2012
sábado, 16 de junho de 2012
Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Ambientes Virtuais de Aprendizagem
Não é nenhuma “novidade” o fato de que o espaço de interação entre professores e alunos foi uma além dos limites das quatro paredes de uma sala de aula. O bom e velho tripé composto por giz, lousa e saliva, embora ainda encontre situações em que sua utilização se faça necessária, convive de modo direto, muitas vezes em desvantagem, com recursos tecnológicos que dinamizam o processo de ensino-aprendizagem. Uma certa nostalgia injustificada e mesmo um medo perfeitamente compreensível podem nos fazer resistir a essa constatação, mas dela não podemos fugir.
Nesse contexto, ocupam lugar de destaque os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA’s), que poderiam ser entendidos, em termos gerais, como um conjunto de ferramentas e recursos tecnológicos que, por meio do ciberespaço, disseminam conteúdos e informações dinamizando a relação e a comunicação entre professores e educandos. Deste modo, pensando no caso do universo docente, percebemos que se trata de algo que não podemos negligenciar. Esses AVA’s são utilizados, por exemplo, no caso da Educação a Distância em seus diversos níveis e, mesmo em casos de cursos presenciais, sua presença pode ser sentida em não raras ocasiões, o que aponta para uma presença ainda maior desses ambientes na vida dos professores em um futuro próximo.
Por isso, em um primeiro momento de nosso curso de Leitura e escrita em blogs, esses AVA’s serão o ponto de partida de nossas discussões, servindo de introdução e porta de entrada para a reflexão do papel e das possibilidades da Internet para a comunidade dos atores da educação. Para nortear nossas discussões, sigamos com algumas passagens de obras que tratam do tema, e que proporcionarão pontos interessantes a respeito dos quais vale a pena pensar.
Sobre o cenários mais recentes na dinâmica de ensino-aprendizagem:
Presenciamos um período em que as modificações sociais levam a humanidade de uma era industrial para uma era da informação e do conhecimento. As tecnologias emergentes de comunicação possibilitam novas e ousadas formas de gerar e disseminar conhecimentos. Como escreve Lévy, a magia dos mundos virtuais está cada dia mais próxima do grande público. Segundo este teórico, as autoestradas da informação e a multimídia interativa anunciam uma mutação nos modos de comunicação e de acesso ao saber, emergindo um novo meio de comunicação, de pensamento e de trabalho para as sociedades humanas, o ciberespaço. Com esta evolução social, alerta Ramani, há muitas questões a respeito de como lidar com o novo momento, principalmente no que se refere ao seu ativo mais importante: o conhecimento.
A educação, até então prioritariamente condicionada ao sistema presencial, defronta-se com a possibilidade e o desafio, abertos pelo ciberespaço, de educar a distância (EaD) através da utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA's). A simples utilização dos recursos tecnológicos, porém, não garante a ampliação de saberes dos alunos. Clark, referindo-se a pesquisas realizadas, alerta que os benefícios do ensino através das mídias é influenciado mais pelas estratégias que pelos meios de instrução. Faz-se necessário refletir acerca de metodologias e posturas para lidar com as possibilidades e entraves apresentados pela era tecnológica. Teorias de ensino, correntes ou tendências pedagógicas, propostas metodológicas, métodos, posturas educacionais, no entanto, apoiam-se em determinadas concepções do conhecimento. Assim, pensar em práticas de EaD, por meio de AVA's, requer reflexão acerca de concepções que as fundam. (MORGENSTERN, 2007, p. 26-7)
Sobre os AVA’s para EaD e concepções intersubjetivas:
Pela perspectiva das concepções intersubjetivas, poder-se-ia esboçar o perfil da EaD como espaço aberto para o diálogo – conversação, manifestação das dúvidas, questionamentos – , para o dissenso e para a busca de consensos justificados; espaço que valoriza e investe na pesquisa; espaço que incentiva e propicia trocas entre as diferentes áreas do saber; espaço de reconstrução e socialização de saberes; espaço em que a linguagem é entendida como constituinte ontológica do ser e não como simples meio – instrumento da palavra – para a comunicação; espaço que considera o horizonte cultural, relacional e expressivo do aluno entendendo a educação como o alargamento desse horizonte; espaço que respeita e incentiva a pluralidade na compreensão (modos de pensar diferentes, conflitantes); espaço em que o ensino/avaliação busca legitimar o alargamento dos saberes do aluno para além do gênero das certezas que o uso dos métodos científicos proporciona. (MORGENSTERN, 2007, p. 32)
Sobre a utilização da Internet em sala de aula:
Uma das questões centrais que muitos professores têm feito é: como fazer para que nossos alunos não façam cópia e entreguem os seus trabalhos sem uma reflexão? Iniciamos destacando o perigo da “pescópia”: temos observado que os alunos simplesmente acessam a internet, copiam e colam em um editor de texto uma dada informação e entregam um trabalho a seus professores como se tivessem realizado uma pesquisa, sendo que, na maioria dos casos, nem leram o que copiaram.
[...]
Ocorre a necessidade de o professor inovar a ação pedagógica, em que simplesmente receber o trabalho do aluno, lê-lo e devolvê-lo não “cabe” mais na educação do presente. Fazer com que o educando participe, troque suas experiâncias e relate o que “descobriu” é uma das formas de proporcionar a reflexão dele mesmo e dos demais. [Moran] explicita claramente que “A Internet pode ajudar o professor a preparar melhor a sua aula, a ampliar as formas de lecionar, a modificar o processo de avaliação e de comunicação com o aluno e com os seus colegas.” Isso desde que não seja utilizada como mero recurso “pescópia”, ou seja, o professor precisa aprender a pesquisar antes de ensinar o seu aluno. (BRITO & PURIFICAÇÃO, 2008, p. 106-7)
Sobre a postura de visitar ou habitar o espaço virtual:
McLuhan, na década de 60, cunhou o conceito “aldeia global” para expressar os movimentos de inter-relação que poderiam vir a ligar os diferentes povos do nosso planeta. Por ser visionário, na época, poucos foram capazes de perceber a real extensão do significado do termo.
Hoje, com a expansão da Internet como uma “terra virtual”, passível de ser habitada por pessoas, como nós e nossos alunos, que compõem grupos fisicamente localizados em espaços contextuais diferentes, muitas vezes distantes, e que trazem para o ciberespaço peculiaridades que garantem a riqueza encontrada na diversidade e que podem favorecer a permanência dos valores e do conhecimento das culturas locais.
Para tanto, convidamos vocês a adentrar nesse espaço, tanto como surfistas [...] como arquitetos e engenheiros com possibilidades de estudar o terreno e o tipo de construção que pode ser feita para que se instale o processo de partilha social, mediante o delineamento de novos relacionamentos entre pessoas que apresentam intenções, desejos, valores e práticas comuns. (MAGDALENA & COSTA, 2003, p. 53)
Sobre a questão da autoria e suas implicações no ensino e em verificações de aprendizagem:
Nesta perspectiva, superamos a idéia de produção individualista, onde só o autor pode modificar o texto. Superamos a idéia de produto acabado e pronto para ser consumido. Superamos a idéia de um trabalho, um autor e chegamos à idéia de muitos autores que se debruçam juntos em uma produção coletiva, na qual o conjunto de perturbações recíprocas que vão acontecendo definem um processo de gênese coletiva, a partir do desenvolvimento de muitos processos individuais integrados.
A nova possibilidade torna a Internet uma janela de conversação acerca da criação de textos, da sua completude e da sua correção. Possibilita avançar na superação dos problemas e preocupações tais como a de criar um ambiente que torne possível aos alunos voltarem a seus textos, com a possibilidade de vê-los de outra maneira, com o olhar de um revisor atento, porque já não estão desempenhando apenas a função de produtor.
E como fazer isso?
Sem dúvida, a Internet é um espaço próprio para tal tarefa. Nele, a escrita publicada e, portanto, socializada é instrumento de colaboração e cooperação entre alunos e professores imbuídos de uma criação interativa. Por ser um texto que passa de privado a público, seu conteúdo, sua forma, sua expressão, sua pontuação e sua ortografia passam a ter importância e, por isso, são cuidadosamente avaliados. Passa a ter sentido a busca da correção, da poesia, da logicidade, da estética, da argumentação mais sólida. Torna significativa a busca do dicionário, do termo mais apropriado, da palavra mais correta, da frase mais estruturada. (MAGDALENA & COSTA, 2003, p. 63)
Referências
BRITO, G.; PURIFICAÇÃO, I. Educação e novas tecnologias: um repensar. Curitiba: Ipbex, 2008.
MAGDALENA, B.; COSTA, I. Internet em sala de aula: com a palavra, os professores. Porto Alegre: Artmed, 2003.
MORGENSTERN, E. Ambientes Virtuais de Aprendizagem e concepções de ensino intersubjetivas. In: PEREIRA, A. Ambientes virtuais de aprendizagem: em diferentes contextos. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2007.
terça-feira, 22 de maio de 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Educação
A alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria.
Paulo Freire
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